Marcelo Bispo
Psicologia e afins
sábado, 18 de fevereiro de 2017
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Para Adriana e Seu Grande Amor
Algumas vezes percebemos a existência
de um grande amor na distância, na ausência ou na partida. E também poderemos
perceber este sentimento quando observamos a expressão física e emocional de quem
fica, quando o outro se vai.
Não sabemos, ao certo, para onde
vai quem partiu; se volta ou se vamos nos re-encontrar, por mais que possamos
ter promessas e crenças. O que temos na verdade concreta é a ausência. E então
surge firme e forte o grande amor, se confirmando. Com certeza não é uma
novidade para quem o sente, mas para quem esta em volta compartilhar esta
percepção é um momento de resgate do amor que existe em todos nós.
Mas infelizmente este sentimento
poético, nem sempre traz somente as palavras da poesia, mas quando a partida é
definitiva traz a dor da perda, a dor do desamparo e a angustia da solidão (mesmo
desconfiando que iremos, mais cedo ou mais tarde, coloca-la no seu devido lugar).
A morte é uma transformação na
relação com quem se foi.
A poetisa também vive suas
mortes, a compositora também vive suas perdas, a cantora também canta sua dor e a escritora também escreve, direta ou indiretamente, sobre si e seus
dissabores. Desta maneira poderemos compartilhar a força de um grande amor vivido por
uma pessoa que sintetiza em uma só, cada ação descrita acima.
A sensibilidade com que conduz
seu trabalho, ou seja, sua expressão particular da mais verdadeira arte, nos
faz imaginar como estaria vivendo suas perdas.
As letras sempre me pareceram,
aqui de longe, grande companheira de sua jornada.
Quando alguém junta as
letrinhas, palavras se formam, e logo a vejo apaixonada por elas, e transborda
sua paixão ao compartilhar suas descobertas em livros; as vezes
põe ritmo e melodia, e as transforma em som, com sua suave voz emoldurando
aquilo que quer dizer.
Um grande amor não termina, ele
se transforma.
Adriana não será a mesma, seu amor se foi, o amor de uma vida. Mas
a Adriana será a mesma, se re-inventando, na arte de viver, diferente mas
presente.....
Se todos vivessem um grande amor
como o seu....
Uma poesia retirada do livro da
Adriana (Antologia Ilustrada da Poesia Brasileira):
ESCONDERIJO
Lêdo Ivo
“A palavra –
chave
Sempre
se esconde
atrás
da porta.”
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Como seria, se você desse uma olhadinha?
Simples, bonito e reflexivo.
Um vídeo que nos leva a refletir sobre algumas coisas significativas que estão presentes em nosso dia-a-dia e sobre nossa conduta intima diante destas questões.
Atitudes como a demonstrada não resolvem, mas lançam um olhar sobre o que andamos fazendo conosco, e com quem nos cerca.
Um vídeo que nos leva a refletir sobre algumas coisas significativas que estão presentes em nosso dia-a-dia e sobre nossa conduta intima diante destas questões.
Atitudes como a demonstrada não resolvem, mas lançam um olhar sobre o que andamos fazendo conosco, e com quem nos cerca.
Vídeo: www.youtube.com/watch?v=AT0v2MI4R6I
terça-feira, 26 de agosto de 2014
Documentário: " Quando sinto que já sei"
O papel da Escola, dos Professores e também da Família; uma reflexão sobre o processo educacional nos dias atuais através do documentário:
- Quando Sinto que Já Sei -
https://www.youtube.com/watch?v=HX6P6P3x1Qg&feature=youtu.be
- Quando Sinto que Já Sei -
https://www.youtube.com/watch?v=HX6P6P3x1Qg&feature=youtu.be
terça-feira, 20 de maio de 2014
Empatia não é Simpatia
Este breve desenho ilustra, de forma bem clara, como a empatia se difere da simpatia.
Demonstra como a relação empática pode gerar uma melhor compreensão sobre o outro, e consequentemente uma maior possibilidade de auxílio efetivo.
Vídeo: www.youtube.com/watch?v=zwau1PKyfX4
sexta-feira, 2 de maio de 2014
"Ensinem seus filhos a falhar": Entrevista com Jean-Pierre
Excelente entrevista para nossa reflexão, disponibilizada pela Escola CEI.
Entrevista VEJA : "Ensinem os filhos a falhar"
Estudioso das relações familiares, o psicanalista belga
Jean-Pierre Lebrun diz que aprender a lidar com o insucesso é fundamental para
livrar-se de apuros na vida adulta.
Nos últimos trinta anos, o modelo tradicional de família
passou por alterações significativas, principalmente no mundo ocidental. A
ideia dos pais como senhores do destino dos filhos vem desabando
progressivamente, no ritmo das transformações sociais. As consequências disso
não são necessariamente ruins, como explica o psicanalista belga Jean-Pierre
Lebrun, uma das principais referências na Europa no estudo sobre mudanças nas
relações entre pais e filhos: "O que vale é a capacidade dos pais de fazer
os filhos crescer. Esse é o bom ambiente familiar, independentemente do desenho
que a família tenha". Lebrun esteve no Rio de Janeiro, para participar do
3º Encontro Franco-Brasileiro de Psicanálise e Direito. A seguir, os principais
trechos da entrevista que concedeu a VEJA.
Por que os pais hoje têm tanta dificuldade de controlar seus
filhos?
Isso é reflexo da perda de legitimidade. Até pouco tempo
atrás, a sociedade era hierarquizada, de forma que havia sempre um único lugar
de destaque. Ele podia ser ocupado por Deus, ou pelo papa, ou pelo pai, ou pelo
chefe. Isso foi se desfazendo progressivamente, e o processo se acentuou nos
últimos trinta anos. Hoje a organização social não está mais constituída como
pirâmide, mas como rede. E na rede não existe mais esse lugar diferente, que
era reconhecido espontaneamente como tal e que conferia autoridade aos pais. As
dificuldades para impor limites se acentuaram, causando grande apreensão nas
pessoas quanto ao futuro de seus filhos.
Selmy Yassuda "Uma família harmônica não
necessariamente faz de um jovem uma pessoa capaz de suportar o sofrimento
inerente à condição humana"
Existe uma fórmula para evitar que os filhos sigam por um
caminho errado?
É preciso ensiná-los a falhar. Uma coisa certa na vida é que
as crianças vão falhar, não há como ser diferente. Quando os pais, a família e
a sociedade dizem o tempo todo que é preciso conseguir, conseguir, conseguir,
massacram os filhos. É inescapável errar. Todo mundo, em algum momento, vai
passar por isso. Aprender a lidar com o fracasso evita que ele se torne algo
destrutivo. Às vezes é preciso lembrar coisas muito simples que as pessoas
parecem ter esquecido completamente. Estamos como que dopados. Os pais sabem
que as crianças não ficarão com eles a vida inteira, que não vão conseguir tudo
o que sonharam, que vão estabelecer ligações sociais e afetivas que, por vezes,
lhes farão mal, mas tentam agir como se não soubessem disso. Hoje os filhos se
tornaram um indicador do sucesso dos pais. Isso é perigoso, porque cada um tem
a sua vida. Não é justo que, além de carregarem o peso das próprias
dificuldades, os filhos também tenham de suportar a angústia de falhar em
relação à expectativa depositada neles.
Falando concretamente, como é possível perceber essa
diferença no comportamento das famílias hoje?
A mudança é visível. Na Europa, por exemplo, quando um
professor dá nota baixa a um aluno, é certo que os pais vão aparecer na escola
no dia seguinte para reclamar com ele. Há vinte, trinta anos, era o aluno que
tinha de dar satisfações aos pais diante do professor. É uma completa inversão.
Posso citar outro exemplo. Desde sempre, quando se levam os filhos pela
primeira vez à escola, eles choram. Hoje em dia, normalmente são os pais que
choram. A cena é comum. É como se esses pais tivessem continuado crianças. Isso
acontece porque eles não são capazes de se apresentar como a geração acima da
dos filhos. É uma consequência desse novo arranjo social, em que os papéis
estão organizados de forma mais horizontal.
Como o senhor avalia essa mudança? Esse novo arranjo é pior
do que o anterior?
Hoje os pais precisam discutir tudo, negociar o que antes
eram ordens definitivas. E isso não é necessariamente algo negativo, desde que
fique claro que, depois de negociar, discutir, trocar ideias, quem decide são
os pais.
Essas mudanças na estrutura social podem influenciar em
aspectos negativos como, por exemplo, o uso abusivo de drogas?
Não há uma relação automática. Os mecanismos pelos quais os
indivíduos se tornam dependentes químicos são diversos e complexos. A
psicanálise ajuda a identificar alguns deles. Vou dar um exemplo. Manter uma
criança em satisfação permanente, com sua chupeta na boca o tempo todo, fazendo
por ela tudo o que ela pede, a impede de ser confrontada com a perda da
satisfação completa. E isso vai ser determinante em sua formação.
Mas o que essa perda tem a ver com o fato de as pessoas
enveredarem por um caminho autodestrutivo?
É uma anomalia no processo de humanização. Não nascemos
humanos, nós nos tornamos. Isso ocorre quando aprendemos aquilo em que somos
singulares entre todos os animais que habitam o planeta. Somos os únicos
capazes de falar. Não se trata apenas de aprender ortografia ou usar as palavras corretamente. Quando
dominamos a faculdade da linguagem, adquirimos uma série de características
muito especiais, como, por exemplo, a consciência de que somos mortais.
Aprendemos a construir as pontes que levam a um entendimento superior do mundo
e de nossa condição. Isso é o que nos diferencia e nos torna completamente
humanos. Um desequilíbrio nesse processo pode ter consequências. É aí que entra
a explicação psicanalítica para o ingresso no universo das drogas. Aprender a
falar, ou tornar-se humano, é algo que não ocorre espontaneamente. É uma reação
a uma perda do estado permanente de satisfação completa com a qual somos
confrontados na primeira infância. Ou seja, o processo de humanização começa
pelo entendimento de que jamais haverá a satisfação completa. É esse o curso
saudável das coisas. Se os pais boicotam esse processo, podem estar cometendo
um erro.
Com que consequências?
Isso faz com que estejamos cada vez menos preparados para
lidar com o sofrimento da nossa condição humana. Há séculos que as drogas têm
algo de paraíso artificial, como diz Baudelaire. Ou seja, uma forma de se
refugiar da dor humana, da insatisfação. As drogas sempre serviram para evitar
o confronto com esse sofrimento. Quanto menos você está preparado a suportar as
dificuldades, mais está inclinado a se evadir, a recorrer a substâncias, sejam
as drogas ilícitas, sejam as medicamentosas, para limitar o sofrimento que vai
se apresentar. Com o desenvolvimento da farmacologia, essas substâncias se
tornaram muito acessíveis. Isso pode criar distorções. É muito mais simples
tomar uma Ritalina para não ser hiperativo do que fazer todo o trabalho de
aprender a suportar a condição humana. Quando criança, a pessoa já precisa ser
confrontada com a condição humana da perda de satisfação. Dessa maneira, na
idade adulta, sua relação com o fim de uma paixão amorosa, por exemplo, tem
maiores chances de ocorrer de maneira mais aceitável e menos traumática.
Por que as drogas têm apelo especial para os jovens?
Eles são mais sensíveis a esse fenômeno porque têm uma
tendência espontânea a, quando se tornam adultos, ser novamente confrontados
com as dificuldades da existência. É, de certa forma, a repetição daquilo que
haviam vivenciado na infância, quando foram, ou deveriam ter sido, apresentados
à ideia de perda da satisfação completa, de que não ficariam com a chupeta na
boca a vida inteira, por exemplo. Se, no ambiente em que esses jovens vivem, há
uma abundância de produtos que funcionam como um meio de evitar essas
dificuldades, eles mergulham de cabeça. Como também veem nisso certo caráter
transgressivo, todas as condições estão dadas para que eles recorram às drogas.
Que conselhos o senhor daria a pais que têm filhos viciados?
É preciso não achar que, pelo fato de os filhos usarem
drogas, tudo está perdido. Isso não contribui em nada. Caso contrário, o jovem
drogado, além de conviver com o próprio drama, terá de carregar a angústia dos
pais sobre os ombros. Esse é o momento em que os pais devem aceitar que algo
não funcionou direito em vez de tratar o problema como se tudo estivesse
perdido. Nem sempre está.
"Hoje os pais precisam discutir, negociar o que antes
eram ordens definitivas. Isso não é necessariamente negativo, desde que fique
claro que, depois de discutir, trocar ideias, são eles que decidem"
Há alguma terapia que funcione contra a dependência química?
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